Na próxima quarta-feira, dia 15 de fevereiro 2023, pelas 14h30, decorrerá no Auditório da Escola Superior de Educação do Politécnico de Coimbra, a 1ª sessão dos Encontros intergeracionais de Comunicação.
Os encontros, com uma periodicidade mensal, vão decorrer entre fevereiro e maio de 2023 e são organizados por António Figueiredo, Cláudia Cambraia e Susana Borges, com a colaboração de alunos da licenciatura em Comunicação Social. A sprimeira sessão terá como convidada Diana Andringa, jornalista, cronista e documentarista.
Tendo em conta as aceleradas mudanças em curso nas diferentes profissões da Comunicação, nomeadamente nas respeitantes às áreas de formação da licenciatura em Comunicação Social, pretende-se com estes Encontros intergeracionais, estabelecer pontes entre diferentes gerações que contribuam para a compreensão da evolução, quer em termos identitários, quer em termos de exercício prático, dessas profissões. Este diálogo intergeracional visa um mapeamento das evoluções ocorridas nas últimas décadas, não só criando memória (através do contacto com profissionais com larga
experiência e reputação firmada), mas também permitindo aos estudantes o contacto com profissionais mais jovens, que enfrentam novos desafios e ensaiam novas dinâmicas comunicacionais com os públicos. Tal contribuirá para capacitar os futuros profissionais de Comunicação Social para enfrentarem os desafios suscitados pelo devir nesta área.
Diana Andringa é jornalista, cronista e documentarista, com uma prolífica e reconhecida carreira profissional, a par e passo com uma intensa atividade cívica. Foi agraciada com a Ordem do Infante Dom Henrique e com a Ordem da Liberdade.
Recebeu inúmeros prémios em reconhecimento da excelência do trabalho jornalístico desenvolvido durante décadas, nomeadamente na área do jornalismo televisivo, em particular na reportagem e no documentário. Em 2020, foi-lhe atribuído o prémio Gazeta de Mérito. Quando recebeu, em 2017, o Prémio Maria Isabel Barreno – Mulheres Criadoras de Cultura, dedicou-o “a todos os jornalistas que consideram que fazer Jornalismo é uma forma de intervir na cultura e na cidadania e não criar conteúdos nem encher chouriços”.
Iniciou-se no jornalismo na década de 60, primeiro em publicações estudantis e, posteriormente, na imprensa, nomeadamente no Diário Popular, no Diário de Lisboa e na revista Vida Mundial. Presa pela PIDE, e condenada a 20 meses de prisão por apoiar a independência de Angola (onde nasceu), ingressa, após nova passagem pela imprensa, na RTP, em 1978. Ao longo da sua carreira como jornalista e documentarista na estação pública, trabalhou em diversos programas informativos, dedicando-se, nomeadamente, à reportagem e foi responsável por programas como o “Artigo 37”. Destacou-se ainda pelas entrevistas a escritores, como Jorge Luís Borges e Marguerite Yourcenar, e a políticos, entre os quais Georges Marchais, Delfim Neto e Kurt Waldheim. Foi também cronista no DN, Público e Antena 1.
Foi diretora-adjunta do Diário de Lisboa, subdiretora de atualidades na RTP1 e subdiretora da RTP2. Integrou a Comissão de Trabalhadores da RTP, tendo sido presidente da Direção e da Assembleia Geral do Sindicato dos Jornalistas.
É autora dos livros “Funcionários da Verdade: Profissionalismo e Responsabilidade Social dos Jornalistas do Serviço Público de Televisão”, baseado na sua tese de doutoramento, e de “Demasiado – uma viagem ao mundo dos refugiados”, diário de um trabalho de reportagem feito para a RTP. Participou também em diversas publicações ligadas à profissão. É ainda responsável pela realização e pelo argumento de dezenas de documentários. Recentemente, a RTP exibiu o documentário “12 de Outubro de 1972: O Dia em que Perdemos o Medo”, da sua autoria.
Doutorada em Sociologia da Comunicação, pelo ISCTE, lecionou no Instituto Politécnico de Setúbal e no Instituto Politécnico de Lisboa, na Escola Superior de Comunicação Social. É investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.